Defensoria Pública e ACIM apresentam o Projeto “Inclusão pela Aprendizagem”

A ACIM (Associação Comercial e Industrial de Marabá) reuniu ontem, terça-feira, 26, em seu auditório, representantes de empresas do município, para tomarem conhecimento do funcionamento do Projeto “Inclusão pela Aprendizagem”, desenvolvido pela Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE/PA). A ação consiste em inserir no mercado de trabalho jovens egressos do Sistema Penal, que tenham cumprido pena; ou em cumprimento de medidas socioeducativas, no caso de adolescentes, que não encontram oportunidade de emprego.

As informações foram repassadas pela pedagoga Emiko Alves, coordenadora de Ensino e Pesquisa da DPE/PA. Ela detalhou como acontece a triagem desde a lista enviada pelo CREAS (Centros de Referência Especializado em Assistência Social) até o ingresso do aprendiz na empresa que vai recebê-lo.

Emiko fez questão de informar que os jovens enviados às empresas não representam perigo algum, como alguém pode pensar, porque o processo de seleção é bastante rigoroso, salientando que nunca registrou um caso em que um desses aprendizes tivesse lesado a empresa que o amparou.

Triagem rigorosa

A triagem começa pela lista enviada pelo CREAS, com a relação dos jovens que estão cumprindo medidas socioeducativas; pela lista são selecionados os que têm escolaridade e idade; em seguida é aplicado um questionário e analisado o perfil do candidato. “Eu faço uma entrevista e traço o perfil que vai dizer se ele é interessado, se é pontual, como lida com a pressão, horários e responsabilidades, para verificar se ele está dentro do perfil para a vaga”, detalha Emiko.

Há um ano e três meses fazendo esse trabalho em Marabá, ela afirma que teve a satisfação de, na última segunda-feira (25), ter participado da formação da primeira turma na cidade: três jovens que concluíram o contrato de um ano e três meses na Eletronorte e também concluíram curso profissionalizante no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

Pedagoga Emiko Alves, coordenadora de Ensino e Pesquisa da DPE/PA.

“Estamos aqui buscando parcerias com empresas, inicialmente para inserção de jovens aprendizes. Depois a gente trabalha a inserção no mercado de trabalho porque a gente entende que, primeiramente, o jovem tem de ser capacitado”, explica Emiko.

Monitoramento

Segundo ela, o projeto tem um diferencial, que é o monitoramento. “Então ele é acompanhado na família, na escola, no Senai e na empresa. Caso falte ou chegue atrasado um dia sequer, nós, imediatamente entramos em contato com ele. Se for preciso, vamos até a  casa desse jovem”,  conta ela.

A pedagoga admite que hoje há um pouco de dificuldade em encontrar parcerias, pela  visão que as empresas têm, “Por isso, hoje estamos chamando as empesas para explicar que existe essa possibilidades, pois não queremos  quantidade e sim qualidade”.

Rilker Mikelson Viana, comenta como a Defensoria tem atuado estrategicamente na monitoria do jovem participante do programa.

O defensor público Rilker Mikelson Viana, da DPE Marabá, lembra que a cidade sempre foi considerada uma das mais perigosas do Estado e mais letais para os jovens, por isso esse projeto visa dar oportunidade ao jovem, proporcionado a ele o progresso individual e familiar, “para que ele não caia na reincidência”.

Todos ganham

“E que ele possa não apenas ser qualificado, mas tenha uma renda como aprendiz. O resultado tem sido muito bom, 100% dos jovens chegam ate o final. Porém, é preciso sensibilizar mais parceiros. É melhor para Marabá, para minimizar os índices de violência e para que seja uma cidade segura para investir. Assim, todo mundo ganha”, avalia Viana.

Luilma Alves da Silva, da JBS Couros, afirma que não conhecia o projeto e agora vai levar à diretoria da empresa para todos conheçam e amadureçam a ideia. Para ela, é possível que a JBS venha a ser parceira do “Inclusão pela Aprendizagem”.

Vanessa de Bortoli Pereira, do Grupo Revemar, também não conhecia o projeto e disse que é uma ação que pode agregar muito às empresas. Basta preparar os gestores para receber esse público diferenciado, que tem tudo para ser bem aceito.

Eugênio Alegretti, vice-presidente da ACIM.

Eugênio Alegretti, primeiro-vice-presidente da ACIM, avalia o projeto como “muito bem elaborado, muito profissional”, sobretudo em relação à triagem para identificar o perfil adequado. “O jovem ganha formação profissional e já sai pronto para o mercado de trabalho. Então, o nosso dever, como entidade, é apoiar, divulgar e sensibilizar o meio empresarial, para esse projeto”, disse ele.

Por ASCOM/ ACIM