O CONJOVE (Conselho de Jovens Empresários) da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Marabá) comemorou, nesta terça-feira, 17 de setembro, um ano do novo formato do Bate-Papo Empreendedor. E o convidado foi o executivo da Fibralink, Rodrigo Barroso Gonçalves, Diretor de Microempresa da ACIM.
Para um público de mais de 60 pessoas que lotou a pizzaria Vó Betina, no Bairro Novo Horizonte, Rodrigo falou de sua trajetória em Marabá, sobre as lutas que travou até se firmar no mercado, onde hoje é muito bem-sucedido, e a respeito do que o mundo digital reserva a todos num futuro bem próximo.
O convidado foi saudado pelos presidentes do CONJOVE e da ACIM, respectivamente Raimundo Nonato Júnior e Caetano Reis Neto, que destacaram a importância e o crescimento do Bate-Papo Empreendedor e as qualidades de Rodrigo no mundo empresarial.
Proprietário da Vó Betina, o empresário Hugo Moura, que cedeu o espaço ao evento, também saudou o executivo da Fibralink e o público e disse estar muito satisfeito por acolher o Bate-Papo, como já fez outras vezes em outro estabelecimento de sua propriedade, o Bar Maverick 73, na Nova Marabá.
Ao final da palestra, Rodrigo respondeu várias perguntas do público e recebeu o Certificado de Participação. Em seguida ocorreu o já tradicional sorteio de brindes entre os jovens empreendedores e demais participantes.
Rodrigo Barroso Gonçalves, 41 anos, tocantinense de Araguaína, é formado em Ciência da Computação e tem especialização em Gestão. Em 2006, recebeu convite para vir a Marabá implantar um centro de ensino.
A intenção dele era passar apenas seis meses na cidade, esse tempo foi estendido para dois anos, depois para cinco e aí já se vão 13 anos. “Acolhi Marabá e hoje me sinto em casa”, afirma ele, que, dois anos após chegar, iniciou aqui seu primeiro empreendimento, uma pequena empresa de tecnologia da informação e telecomunicações.
“Terceirizávamos quase tudo, a gente praticamente elaborava os projetos para que outras empresas de fora viessem executar”, conta ele, que, em 2012, com a expectativa da instalação da Alpa em Marabá, deu um salto significativo nos negócios.
“[O cancelamento do projeto] foi muito traumático pra muita gente, mas, para a nossa empresa foi muito bom”, conta Rodrigo, explicando que, mesmo a indústria não tendo sido instalada, cumpriu muitas condicionantes e uma delas foi executada pela empresa dele: a parte de segurança eletrônica com videomonitoramento em vários pontos da cidade.
Rodrigo lembra que foi muito difícil iniciar o trabalho, haja vista que todo tipo de obstáculo foi colocado no caminho, com a intenção de que o projeto fosse abortado. Porém, após “dezenas de reuniões” e muita persistência, o recurso foi, finalmente, liberado pela Vale e o trabalho executado.
“Com certeza esse foi o grande startup da nossa empresa, que faturava quase nada naquela época e conseguimos um projeto de R$ 2.100.000,00. A gente executou em 40 dias, sem nenhum crédito. Fomos aos fabricantes, com o contrato embaixo do braço, procurando fomento e eles acreditaram na gente”, conta ele.
A partir daí as portas se abriram e Rodrigo começou a desenvolver outros projetos similares. Um desses clientes, porém, uma prefeitura da fora, aplicou “um grande calote”, que o obrigou, devido o prejuízo, a antecipar o projeto da Fibralink.
“Graças a Deus, a gente conseguiu uma grande vantagem porque fomos o primeiro provedor de Internet por fibra óptica, em 2014, em Marabá. Hoje temos mais de 10 mil clientes na cidade. Agora estamos também em Parauapebas e, em breve, estaremos em Xinguara”, comemora o empreendedor.
Sobre o que reserva o futuro, Rodrigo Gonçalves afirma que é difícil fazer previsões, diante de tudo o que vem acontecendo no mundo, com a migração de tudo o que é serviço, seja analógico, seja de necessidade básica, como energia e controle de água, como a Internet das coisas e tudo o que é digital, “de forma centralizada no meio ótico”.
“A gente vê uma convergência, de tudo o que analógico, de tudo o que é digital navegando na fibra óptica e a descentralização dos grandes conteúdos. A gente vê também uma crescente muito acelerada, exponencial, do consumo do que é digital, não só de redes sociais, mas de notícias, conteúdo de streaming, etc.”, explica Rodrigo.
Segundo ele, os grandes players têm enxergado esse crescimento “e não estão aguentando centralizar tudo isso e trafegar nos troncos porque, realmente, satura os troncos”. “Então, a saída técnica para isso é descentralizar os data-centers“, afirma.
A mensagem transmitida por Rodrigo aos jovens empreendedores e outros convidados, foi um misto de autobiografia e uma introdução básica sobre a 4ª Revolução Industrial, o que vem pela frente e como as pessoas devem se preparar, principalmente as futuras gerações.
Na opinião de Rodrigo, o Brasil ainda vive um atraso nesse aspecto, não está acompanhando o que vem acontecendo em termos de convergência industrial, em termos de associar aquilo que se pode transferir para o mundo robótico, aquilo que o humano não tem interesse de executar, o que “converge para uma mudança de paradigma e de ensino nas escolas”, por exemplo.
Rodrigo Barroso Gonçalves é casado e tem dois filhos: Ricardo, como cinco anos, e Pedro, dois anos. A esposa, Kelvia, é Diretora Financeira da Fibralink.
ASCOM/ACIM