Em entrevista ao Informativo ACIM em Ação, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá afirma que está muito orgulhoso da participação do empresariado local, mesmo num momento de dificuldades, na Campanha “Nosso Negócio é Salvar Vidas”. Reafirma que o associativismo é a melhor maneira de fortalecer em empresariado e diz que isso ficou patente com a participação da ACIM na luta pela reabertura do comércio, junto com a Prefeitura de Marabá. E ensina aos críticos que é importante que a economia esteja viva para que a saúde seja melhorada. Leia a seguir a entrevista:
Informativo ACIM em Ação – Presidente, mesmo com as dificuldades do momento, na última semana o comércio de Marabá, naquela ocasião ainda fechado, participou de uma campanha de solidariedade, encabeçada pela ACIM e pelo seu Conselho de Jovens Empresários, Câmara Setorial de Saúde, Mulheres ACIM em Ação, com a participação do Sindicato dos Produtores Rurais de Marabá, e doou 2.500 kits de medicamentos à população de Marabá? Como o senhor avalia essa resposta do empresariado local?
Raimundo Nonato Araújo Júnior – Nós, da ACIM, junto com todas as entidades citadas, além do Sindicato dos Produtores Rurais, que entrou conosco na Campanha “Nosso Negócio é Salvar Vidas”, um projeto de solidariedade, para ajudar as pessoas com menos condições financeiras, nos sentimos muito orgulhosos com a adesão, principalmente dos pequenos e médios empresários, que prontamente aderiram à campanha e, de forma bastante solidária e altruísta, contribuíram, na medida do que era possível, com doações em dinheiro, que foram todas convertidas na aquisição de 2.500 kits de medicamentos, para o tratamento precoce da covid-19, e também na aquisição de mais 5 mil doses de azitromicina. Tudo foi doado para a Prefeitura Municipal de Marabá, que tem feito um brilhante trabalho, capitaneado pelo nosso prefeito Tião Miranda e também pelo secretário de Saúde Luciano Lopes. Então, esse projeto nos deixa muito felizes realmente, porque demonstra o espírito de solidariedade do empreendedor que, não só quer ver a cidade voltando ao seu normal, como também deseja que a economia reaja de maneira positiva, para que, nós possamos, dessa forma, preservar os empregos, preservar a arrecadação de impostos, que será convertida em programas sociais e políticas públicas, por parte do Poder Público, além da manutenção da nossa cidade em condições de boa apresentação e boa conservação, não só de higiene, mas também de estrutura. Então, a campanha tem sido um sucesso, nós somos extremamente gratos a toda a população empresarial, profissionais liberais e pessoas físicas voluntárias que contribuíram para que mais 2.500 kits de medicamentos fossem entregues assim como mais 5 mil doses de azitromicina.
Informativo – A reabertura das atividades do comércio, objetivo de uma luta incessante com idas e vindas à Justiça, teve a importante participação da ACIM em parceria com o Poder Público e beneficiou tanto os associados da entidade quanto os não associados. Isso reforça a importância do associativismo. O senhor espera que, a partir desse fato, mais empresários venham a se unir à Associação e, juntos, todos se tornarem ainda mais fortes?
Raimundo Júnior – Quanto à reabertura das atividades do comércio, nós acreditamos sim, que a visibilidade da nossa luta para a volta do funcionamento do setor, com certeza demonstrou para os empresários e profissionais liberais que têm CNPJ, que quando nós nos unimos em uma associação como a ACIM, adquirimos mais força, mais representatividade e, a partir dessa força da união, traduzida no nosso slogan “Juntos somos mais fortes”, nós conseguimos trabalhar em conjunto com os poderes públicos, do município, com as fiscalizações e também diante autoridades do judiciárias e também ministeriais, para que pudéssemos encontrar uma terceira via de equilíbrio entre a necessidade de preservarmos vidas, sem também esquecermos de preservar a economia, porque as duas são complementares. Uma não é inimiga da outra. A economia e a saúde caminham juntas. Basta que você observe que, em países em que a economia é frágil a saúde também é frágil, vejamos os países da África. Quando a economia é forte a saúde também é melhor. Vejamos aí os países desenvolvidos, como o Estados Unidos e a maior parte dos países da Europa. Então, onde a economia vai bem, a saúde também vai bem. Não há como termos um contrassenso, um país pobre com saúde de Primeiro Mundo, com saúde exemplar. Então, nós acreditamos sim que, a partir do momento em que nós temos empresários conscientes de que a união é importante, a nossa Associação vai se fortalecendo cada vez mais.
Informativo – A reabertura do comércio, porém, não agradou a todos, gerando críticas aos empresários do setor. Críticas essas feitas por alguns políticos, jornalistas, blogueiros e outros, sem que o empresariado, por meio de sua entidade representativa, a ACIM, tivesse sido ouvido. O que a Associação tem a dizer à população a respeito desse fato?
Raimundo Júnior – Nenhuma medida que eu conheça, nem mesmo o que está escrito na Bíblia agrada a todos. Há sempre críticos. Para a nossa alegria, os críticos, por vezes, têm frágeis argumentos ou detêm condições que não se enquadram no objetivo central das discussões. Então, normalmente, quem é contra a reabertura do comércio, observa basicamente o lado da saúde. São pessoas que já têm posses equilibradas, têm recursos financeiros aplicados ou estabilidade em algum emprego e são pessoas que representam a minoria. Para a maioria que não tem estabilidade de emprego, não tem poupança, não tem estabilidade financeira, a quebradeira do comércio representa a implantação do caos. Então, nós respeitamos o fato de que alguns não tenham se agradado da reabertura do comércio, mas entendemos que é vital para o nosso município, para o nosso Estado, para o nosso País, que haja um equilíbrio entre saúde, proteção e segurança sanitária, com a proteção e segurança do setor produtivo, porque é ele que gera riqueza. O setor não produtivo ou fiscalizatório não gera riqueza, só consome. Então é importante que a economia esteja viva para que a saúde seja melhorada. Nós respeitamos a opinião daqueles que não se agradaram, mas também queremos que eles respeitem o contraditório porque, nós não estamos brincando de ganhar ou perder dinheiro. Estamos trabalhando com questões sérias vitais para a sobrevivência da economia, dos empregos, dos impostos e isso repercute diretamente, inclusive no pagamento de salários dos servidores públicos, no desenvolvimento de políticas públicas e também de assistência social.
Informativo – Todas as campanhas de aquecimento do comércio, promovidas pela ACIM/CONJOVE foram canceladas por causa da pandemia de covid-19, assim como os demais eventos que movimentavam o comércio e o serviço locais. Como o senhor espera que o setor possa se reerguer neste momento?
Raimundo Júnior – Realmente as nossas campanhas sofreram um grande impacto por terem sido todas adiadas, tendo em vista que têm caráter promocional. E os decretos todos têm vindo com o pré-requisito de que não podem acontecer promoções e, assim, evitar aglomerações. Mas, acreditamos que, assim que retornarmos à normalidade, as campanhas serão redimensionadas e nós as colocaremos em prática, até como uma forma de incentivar e impulsionar o comércio a reagir mais rapidamente e a se recuperar, de modo que nós possamos voltar a gerar riquezas e novos postos de trabalho e também fazermos a nossa contribuição, enquanto cidadãos geradores de riquezas, para com o Poder Público.
ASCOM/ACIM