Nesta terça-feira (5), a mineradora Vale assinou contrato para início das obras de instalação da usina de Tecnored com a capacidade de produção de até 500 mil toneladas de ferro gusa. O investimento é de mais de R$ 1,6 bilhão. O governador Helder Barbalho participou da solenidade e ressaltou que a medida é importante para agregar valor ao minério paraense e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da região.
“A mineração é uma das principais vocações de nosso Estado, mas é fundamental que nós possamos dar um passo adiante. Apenas a extração do minério em nosso Estado não é o que o Pará pensa e a sociedade espera de um modelo de desenvolvimento. É fundamental que haja a verticalização e que possamos agregar valor porque isso significa geração de emprego. A população precisa de emprego e renda”, destacou o governador.
“Estamos vivendo um momento de virada de página da pandemia período que muita gente está desempregada e com dificuldades para se sustentar. O paraense quer uma oportunidade para mostrar seu talento, por isso, com a verticalização, vamos garantir que esse estado tenha uma economia forte”, completou Helder Barbalho.
O governador relembrou que a Vale tem um passivo histórico com o Estado do Pará com a exploração de minérios brutos e baixo retorno para os paraenses. “Eu desejo que a Vale e outras operadoras de minério no Pará possam ter a consciência que de que o Estado é determinante para estas atividades e reivindica que esta atividade seja de uma cadeia produtiva e que possa, cada vez mais, fortalecer a economia paraense”, cravou.
De acordo com a Vale, o início das operações está previsto para 2025. A meta da mineradora é operar a planta com 100% de biomassa até 2030. “A implantação da Tecnored representa um passo importante na transformação da mineração, contribuindo para tornar a cadeia do processo cada vez mais sustentável. O projeto Tecnored é de grande importância para a Vale e para a região e trará ganhos de competitividade, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento para a região”, afirma o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo.

Geração de 2,6 mil empregos
O projeto, que será implantado no Distrito Industrial do município, permitirá a produção de ferro gusa com baixa emissão de carbono (gusa verde), e deverá gerar, na fase de implantação, 2,6 mil empregos diretos e indiretos e 400 postos de trabalho na fase operacional. Ao longo de toda a sua vida útil, o projeto tem a expectativa de gerar R$ 15,2 milhões em salários por ano e R$ 350 milhões em exportações anualmente.
De acordo com a mineradora, a iniciativa conta com uma tecnologia inovadora que permitirá a produção de ferro-gusa (usado na fabricação do aço) a partir da substituição de combustível fóssil por biomassa, reduzindo significativamente as emissões de carbono. Desenvolvida ao longo dos últimos 35 anos, a tecnologia permite, ainda, a eliminação de etapas anteriores à produção do aço na usina siderúrgica, proporcionando a redução na emissão de gases do efeito estufa.
“É um processo de fazer ferro gusa de forma diferente. Que não polui e não usa carvão mineral. É um semielaborado. Temos que depois cobrar o próximo passo, que é de minério elaborado e verticalizar de fato a mineração”, ponderou o prefeito Tião Miranda.

Estiveram presentes ao evento o Presidente da ACIM, João Tatagiba, e membros da Diretoria da entidade, haja vista que a Associação Comercial e Industrial de Marabá tem tido papel destacado em cada conquista no campo do desenvolvimento local.
Presidente da ACIM fala em um novo momento
Para o Presidente João Tatagiba o evento desta terça-feira marca um novo momento, do município e do Estado, com a Vale, no sentido de caminhar para uma nova realidade, uma nova relação, haja vista que há algumas questões a serem resolvidas do Estado e de toda a região com a mineradora.
“Hoje o que ficou claro foi que nós podemos, a partir de agora, estabelecer um novo passo. Eu acredito que, estaremos sim partindo para um divisor de águas. Eu quero crer que isso aconteça. E assim foi passado para o presidente da Vale, para o governador, para todos nós”, afirma João Tatagiba
“Em função de toda essa dinâmica, acredito que nós vamos caminhar para que avancem as nossas demandas, os nossos anseios, rumo àquilo que a gente sempre sonhou, que é a verticalização e agregação de valor para os nossos produtos”, espera o Presidente da ACIM.
“Não quero com isso achar que não seja importante o investimento no Projeto Tecnored. É sim um investimento de grande monta que contribui para o nosso PIB e para a nossa empregabilidade. Mas, penso que passaremos por uma nova etapa de agora em diante”, conclui Tatagiba. (Com informações da Secom do Governo do Pará. Fotos: Marco Santos/ Agência Pará)