ACIM mostra as potencialidades de Marabá

A ACIM – Associação Comercial e Industrial de Marabá – teve participação decisiva, ao levar informações importantes e baseadas em dados reais, dos empreendimentos previstos para o município e região, ao conhecimento do público que lotou o auditório da Câmara Municipal de Marabá, durante a Audiência Pública que aconteceu na sexta-feira (11).

Com profundo conhecimento dos números que cercam esses investimentos, o presidente da Associação, Ítalo Ipojucan de Araújo Costa, discorreu sobre cada um, com o auxílio de mapas e gráficos exibidos em telão, não deixando dúvidas à assistência.

A plateia estava formada por representantes sindicais, estudantes, servidores públicos, representantes do Estado e do município, líderes comunitários, representantes classistas e, em sua maioria, populares, estes ávidos por informações que tragam alguma perspectiva de melhorias diante do cenário de crise em que o país vivencia.

Presidente da ACIM faz uso da Tribuna da Câmara.

Porto

Ipojucan começou falando sobre a importância do Porto Público de Marabá fazendo uma comparação aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecem, no Ceará, os quais alavancaram significativamente a economia daquelas localidades, sem que ao menos tivessem, no início, em seu entorno empreendimentos como os previstos para Marabá.

No caso de Suape, a movimentação de carga é de 5 milhões de toneladas de derivados de petróleo, produtos químicos, alcoóis, óleos vegetais etc., por ano, o que tem resultado em mais de R$ 40 bilhões em investimentos e geração de mais de 55 mil empregos, 40 mil deles na construção civil.

Quanto a Pecem, somente no último trimestre, aquele porto movimentou 1,8 milhão de toneladas, contra um milhão de toneladas em 2013. As exportações contribuíram com 369 mil toneladas, com elevação de 111%, enquanto as importações registraram acréscimo de 63% com 1,4 milhão de toneladas.

Além disso, Suape atraiu 75 grandes investimentos e Pecem, mais de 30. E é a partir dessa premissa que Ítalo destaca a importância de um porto em Marabá, obra que deveria acontecer paralelamente com o derrocamento do Pedral do Lourenção.

Ferrovia

Ítalo também falou da nova fronteira agrícola do Pará em que a região se transformará com os novos investimentos em logística de transporte de carga, citando os principais polos de mineração, pecuária e agronegócio do Estado, todos convergindo para Marabá, fazendo com que a Região de Carajás tenha um investimento de 52% (R$ 99,8 bilhões), contra 27% do Tapajós, 13% da Grande Belém e 8% do Xingu.

E ainda no tema, fez detalhada explanação sobre a Fepasa (Ferrovia Paraense) que interligará o Pará de norte a sul, passando por 23 municípios, dividida em dois trechos: Barcarena—Marabá, com 759, e Marabá—Santana do Araguaia, com 553 km. A capacidade de carga da estrada de ferro será de 170 milhões de toneladas ao ano, com interligação com a Ferrovia Norte Sul, cruzando 16 cadeias produtivas e gerando milhares de empregos.

Hidrovia e BRs

O presidente da ACIM também falou da Hidrovia Araguaia-Tocantins, que depende da derrocagem do Pedral do Lourenção, obra de R$ 563 milhões, cuja conclusão está prevista para 2022, segundo o Dnit; e destacou também a necessidade da construção de uma Alça Viária em torno dos Distritos Industriais – Fase I e Fase II -, pontuando: BR 155 – via de escoamento de produção de grãos; saída de Marabá–Km 06 à Ponte Rodoferroviária (duplicação); Km 06–Entrada de Marabá pela BR-230 (Transamazônica); e a federalização da Estrada do Rio Preto, uma extensão da Rodovia BR-222, importante via de escoamento da produção rural de Marabá.

Mineração

Quanto à mineração e siderurgia, Ítalo Ipojucan falou das potencialidades da região que, além do ferro de Carajás e da S11D, tem o níquel e o fosfato de São Félix do Xingu, ouro e ferro em Floresta do Araguaia, ouro e níquel em Rio Maria, níquel em Xinguara, ouro em Conceição do Araguaia, ouro em Cumaru do Norte, ferro e manganês em Santana do Araguaia, níquel em Ourilândia do Norte e cobre em Tucumã.

Ele enumerou ainda empresas que apostaram no potencial de Marabá e já se instalaram ou estão se instalando na cidade, como Raízen Distribuidora de Combustíveis, Incinere Resíduos – recicladora de escória, Correias Mercúrio, Fermar – Ferro Ligas Marabá e Sinobras, estas duas últimas já consolidadas no município.

Polo Metal Mecânico

O presidente da ACIM, em sua exposição, também deu ênfase à Zona de Processamento de Exportação e ao Polo Metal Mecânico que, a partir da verticalização da produção local, tem possibilidades reais de produzir e exportar: vagões, plataformas de petróleo, barcaças, galpões industriais, carrocerias, perfis estruturais, equipamentos industriais, tubos, tanques de óleo, caçambas industriais, rodas, vasos de pressão, capas xadrez, motores, gavetas e utensílios industriais.

Outras informações

Por fim, Ítalo falou da importância do Centro de Convenções que está em fase final de construção e que será de grande importância para Marabá, representando um investimento de R$ 18 milhões, com 35 mil metros quadrados, geração de 95 empregos e com capacidade para 15 mil.

Ele mostrou, ainda, que, mesmo diante crise, Marabá tem hoje dois shopping centers, cinco centros de distribuição, quatro centros varejistas, duas universidades públicas, um instituto federal, três faculdades privadas e cinco faculdades à distância.

Encaminhamento

Na ocasião, o presidente da Acim sugeriu que o estudo apresentado fosse objeto de exame pela bancada federal no Congresso Nacional e propôs o custeio da elaboração de um Plano de Desenvolvimento Estratégico para subsidiar e justificar tecnicamente investimentos indutores do desenvolvimento regional, calcado na redefinição da identidade do município de acordo com sua vocação empresarial.

Por ASCOM/ACIM